Como criar
Considerado como uma espécie de porco do mato, o cateto é também conhecido como “caititu” ou “pecari”. Sua criação é uma boa alternativa para quem pretende diversificar as atividades agropecuárias, considerando a sua rentabilidade e o seu valor econômico.
De fácil manuseio e com o mercado em alta, o criador de catetos pode obter altos lucros com essa produtividade, uma vez que desse animal além da carne, também se aproveita a pele, que tem um alto valor comercial, principalmente para exportação. De sua pele, são fabricados bolsas, luvas e artigos de luxo e existem consumidores que pagam um alto valor nessas mercadorias, como por exemplo, os italianos que compram um par de luvas por (cento e vinte dólares.)
A criação de cateto pode ser feita de duas maneiras, uma em área nativa em área de campo aberto. O sistema de mata nativa facilita a criação desse animal, já que disponibiliza para o mesmo os componentes básicos de seu habitat natural, como água em abundância, auxílio da mata usada como abrigo e fonte de alimentação, dentre outros.
No campo aberto, é necessário que o produtor construa abrigos que podem ser feitos de madeira com cobertura de folhas de palmeiras e capim sapé e com uma única porta de entrada e saída dos animais É importante também providenciar áreas para banho perto das árvores, pois esses animais necessitam se refrescar.
A reprodução se dá naturalmente sem intervenção do homem e da mesma forma, não é necessário o homem intervir para desmamar os filhotes, sendo esse um processo que ocorre naturalmente quando o animal atinge doze quilos de peso vivo ou dois meses de vida. Cada cateto fêmea reproduz duas vezes por ano com média de 2 filhotes por ninhada. Atinge a fase adulta pronta para reprodução aos dez meses de vida, estando pronto para o abate quando completa um ano.
O tempo de gestação desse animal dura de 140 a 148 dias, com média de 6 a 8 semanas de lactação. O cateto nasce com cerca de 600 g chegando a pesar até 22kg no abate. A alimentação do cateto se resume basicamente em frutos, raízes, vegetais e pequenos vertebrados. Uma das características do cateto é ser agressivo ao homem partindo para o ataque, mas quando é criado em sistema fechado, torna-se mais dócil com o seu criador.
É preciso ressaltar que para o produtor conseguir a liberação no IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para a criação de catetos é necessário que o produtor tenha auxilio de profissional como médico veterinário, agrônomo, biólogo ou zootecnista.
Com baixo custo e pouca mão de obra, a criação de catetos têm se tornado uma atividade lucrativa. Uma das vantagens em se criar esse animal é a pouca incidência de doenças que podem atingir o plante, facilitando assim seu custo de produção.
A carne do cateto é bastante apreciada em várias partes do Brasil, por possuir um sabor exótico e com baixo teor de gordura. Esses pontos favoráveis aumentam a sua demanda no mercado e como há pouca oferta, torna-se uma alternativa interessante para quem pretende diversificar sua fonte de renda.
INÍCIO - a dica é comprar os primeiros exemplares de plantéis de produtores com experiência. Eles vendem animais de qualidade registrados e já adaptados aos sistemas de criação intensivo e semi-intensivo. Vale ressaltar, que é obrigatória a presença de um agrônomo, médico veterinário ou biólogó na atividade.
INTENSIVO - o sistema caracteriza-se pela utilização de baias, mas pode também aproveitar galpões ou chiqueiros desativados. Como os animais ficam confinados, há maior possibilidade de estresse no plantel; por outro lado, o sistema torna mais fácil observar o desenvolvimento e fazer seleção da criação. Para abrigar até seis fêmeas e um macho é necessário um espaço mínimo de 50 metros quadrados.
SEMI-INTENSIVO - nesta opção de criação, os catetos são mantidos em piquetes, que devem ser de pelo menos 2,5 mil metros quadrados, o suficiente para acomodar 20 matrizes e dois reprodutores. Podem ser instalados em matas, pastos ou cerrados, sem que haja necessidade de retirar sequer uma árvore. Porém, há o custo com o cercamento de tela de alambrado, com malha de três polegadas e 1,5 metro de altura, sustentado por postes de concreto ou de madeira a cada três metros. A cerca é fixada em um baldrame (base de concreto) de 40 centímetros de profundidade, para impedir a fuga por baixo da tela. A colocação de fio eletrificado a entre 20 e 30 centímetros de altura do chão é uma alternativa mais barata para substituir o baldrame .
ESTRUTURA - dê preferência para bebedouros do tipo concha, utilizados na suinocultura ou feitos de alvenaria. O cateto tem dificuldade para se adaptar a bebedouros do tipo chupeta. Cimente uma área de dois metros em volta, pois o hábito de fuçar e o pisoteio dos animais criam buracos no terreno. Também pode ser feito um pequeno tanque de 2 x 1 metro de alvenaria e com bóia.
ALIMENTAÇÃO - raízes e gramíneas são os alimentos preferidos dos catetos, mas eles também comem outros vegetais e frutos, até pequenos vertebrados. Cana, milho, mandioca, capim, abóbora, banana e outras e frutas, formam a base das refeições do animal. A comida ainda pode ser produzida no local, como excedentes de horta e pomar. Outra opção de alimento é a ração comercial para suínos. O importante é que não falte alimento, sob pena de que as crias sejam atacadas.
REPRODUÇÃO - o primeiro período de reprodução ocorre quando o cateto atinge de oito a dez meses e pode procriar o ano todo - cruzamento não ocorre com outras espécies de porco-do-mato. Quando prenha, a fêmea leva de 140 a 148 dias de gestação. A cada parto em geral dá à luz dois filhotes, que nascem com cerca de 500 gramas de peso.
CUIDADOS - é recomendado vermifugar todos os animais a cada quatro meses. Podem ser usados vermífugos em pó para suíno, misturados na alimentação.
Fonte: Globo Rural